Ter um home office – o escritório em casa, talvez não fosse prioridade nos projetos de interiores de três anos atrás. Porém, com a migração do trabalho para o formato remoto e a adoção de modelos híbridos no momento atual, montar um home office bem planejado e equipado de acordo com a atividade profissional desempenhada pelo morador se tornou uma necessidade incontornável.
Diante da demanda em crescimento, profissionais de arquitetura reúnem uma série de recomendações para criar um espaço prático e adequado. Confira a relação que fizemos:
Movimento que veio para ficar
A tendência de buscar um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional é anterior à pandemia e foi acelerada por ela. No modelo remoto, perde-se menos tempo no deslocamento casa-escritório e sobra espaço na agenda para atividades mais prazerosas. Em todo o mundo, um grande contingente de trabalhadores se recusa a retornar ao formato anterior, movimento que permite afirmar que o home office veio para ficar. Por isso, é hora de pensar num ambiente com menos improviso e características mais perenes. “Algo que mudou nos últimos anos é a solicitação por espaços individuais de trabalho. Casais não querem mais compartilhar o home office, pois um pode tirar a concentração do outro ou podem surgir atividades conflitantes, como reuniões simultâneas”, explica a arquiteta Gigi Gorenstein.
Além de ser silencioso e oferecer privacidade a fim de favorecer a produtividade, o home office requer uma boa distribuição espacial e um mobiliário que ajude a manter a ordem. Acrescentar um toque de personalidade pode ser um estímulo extra à criatividade.
Planeje uma boa estrutura
No planejamento do espaço, os arquitetos Priscila e Bernardo Tressino, à frente do escritório PB Arquitetura, lembram que o visual do home office da era digital precisa ser bem cuidado, especialmente o fundo visível atrás da cadeira. “Precisamos pensar no cenário que surge quando o morador abre a câmera durante uma reunião virtual”, comentam. As condições acústicas também pedem cuidado a fim de manter o ambiente livre de ruídos. Quanto à localização, o home office pode fazer parte do quarto ou das áreas sociais. Mas, se possível, reserve um local só para ele, isolado por portas.
Um bom projeto de marcenaria contribui para que o escritório se torne mais prático. “O mobiliário deve manter o que é necessário sempre a mão”, lembra a dupla. Pense em prateleiras, nichos e gaveteiros para guardar o material de trabalho, além de uma bancada com área suficiente para o desenvolvimento das atividades e que ainda acomode acessórios de organização, como porta-canetas e pastas para papéis.
O canto de trabalho ganhou nichos para livros com estrutura metálica e prateleiras de madeira, que trazem um mood industrial.
No home office, o uso de cores neutras e sóbrias produz um clima sereno, que ajuda na concentração. Elementos que causem distração devem ser retirados de cena. Cadeiras ergonômicas, com apoio para os braços, regulagem da inclinação do encosto e da altura do assento, são essenciais para o conforto, assim como a altura correta da mesa, que deve ficar entre 70 e 75 cm acima do piso. Outro ponto importante é a iluminação: o ideal é posicionar o escritório junto a janelas para aproveitar ao máximo a claridade natural. Para as atividades noturnas, Priscila e Bernardo preferem apostar na iluminação geral, vinda do teto, e branca, pois acreditam que focos de luz pontual e amarelada podem roubar a atenção e tirar a fluidez do trabalho.
No destaque, projeto de Gigi Gorenstein e foto de Gabbavisuals.
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