Escolher um cachorro para viver em apartamento requer uma análise cuidadosa, levando em consideração não apenas a estética, como o tamanho, mas também o temperamento, energia e necessidades específicas da raça, garantindo que tanto o animal quanto os moradores estejam felizes e confortáveis.
Segundo dados do IBGE, aproximadamente 46% dos lares brasileiros possuem um cão, sendo muitos deles dentro de apartamentos.
Porém, nem todos se adaptam bem a ambientes pequenos e, por isso, a escolha certa pode fazer toda a diferença na convivência e na qualidade de vida.
Além dos aspectos comportamentais e físicos do pet, é fundamental considerar as regras e regulamentos do condomínio onde se mora. Alguns prédios têm restrições em relação ao tamanho, à quantidade de animais permitidos por apartamento, ou até mesmo exigências sobre o comportamento dos pets nas áreas comuns.
“Estar ciente desses pontos e escolher um animal que se encaixe nesses critérios é essencial para evitar problemas futuros e garantir uma convivência tranquila tanto para os moradores quanto para os vizinhos”, destaca Felipe Muniz, professor de medicina veterinária no Centro Universitário Newton Paiva.
Pensando nisso, Felipe relacionou algumas dicas que podem ajudar a escolher o companheiro perfeito para apartamento:
Tamanho: Esse é um dos primeiros aspectos a considerar. Cachorros de grande porte, como o Labrador ou o Golden Retriever, podem não ser os mais adequados para espaços reduzidos, a menos que recebam bastante exercício físico e estímulo mental. Raças menores, como o Shih Tzu ou Maltês, geralmente se adaptam melhor a ambientes menores devido à sua necessidade reduzida de espaço.
Energia: Raças com alta energia, como o Terrier, necessitam de muita atividade física para evitar comportamentos destrutivos. Para apartamentos, é indicado optar por raças com um nível de energia mais moderado, que fiquem satisfeitas com caminhadas diárias e algumas brincadeiras dentro de casa, como o Bulldog Francês.
Temperamento: Cachorros mais calmos e que lidam bem com a solidão tendem a se adaptar melhor a ambientes menores e a rotinas onde passam mais tempo sozinhos. Raças como o Maltês, Shih Tzu, Yorkshire e Chihuahua são conhecidas por seu comportamento tranquilo e afetuoso, o que as torna ótimas companhias para a vida em apartamento.
Latido: A quantidade de barulho que um cachorro faz é especialmente importante em ambientes onde os vizinhos estão próximos. Raças conhecidas por serem mais silenciosas, como o Bulldog e o Maltês, são opções para evitar problemas com barulho excessivo. “É importante ressaltar que o latido faz parte do comportamento natural dos cães, sendo um meio de comunicação. Assim, independentemente da raça, o latido ocorrerá em algum momento”, pontua o especialista.
Sociabilidade: Se o cachorro precisar conviver com outros animais ou com pessoas que visitam frequentemente o apartamento, a sociabilidade da raça deve ser levada em consideração. Algumas raças, como o Beagle, são conhecidas por serem sociáveis e gostarem de interagir com outros animais e pessoas, o que pode ser uma vantagem em ambientes compartilhados.
Treinamento: A capacidade do cão de ser treinado também é um fator a considerar. Em um ambiente limitado, a obediência é fundamental para evitar problemas. Raças como o Border Collie e o Labrador são altamente treináveis, mas exigem bastante estimulação, são grandes e enérgicos para o convívio em apartamento. Já o Shih Tzu, apesar de menos treinável, pode se adaptar bem a regras básicas em um condomínio.
Escolher um companheiro para viver em um apartamento é uma decisão importante que influencia tanto a qualidade de vida do animal quanto a do dono.
Por isso, a decisão deve ser tomada com cuidado, levando em conta todas essas dicas para garantir a harmonia no lar.
Cada animal tem suas particularidades, e entender as necessidades específicas do pet é o primeiro passo para uma escolha acertada. “E se você não tem a disponibilidade, trabalha o dia inteiro fora e chega em casa cansado, talvez não seja o melhor momento para se ter um cachorro, podendo, de repente, buscar outro pet que não seja tão dependente”, finaliza.
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