Após uma pausa de seis anos, o Victoria’s Secret Fashion Show voltou ao cenário da moda em 2024 com uma proposta renovada e focada na inclusão. Este foi o primeiro desfile desde 2018, quando o evento foi interrompido após uma queda significativa na audiência, que passou de 10 milhões para 3 milhões de espectadores ao longo dos anos. A interrupção ocorreu em meio a críticas relacionadas à objetificação feminina e à falta de diversidade no casting.
A edição de 2024 buscou resgatar o prestígio do evento e, ao mesmo tempo, responder às demandas de um público mais atento à representatividade. O show, transmitido ao vivo, contou com performances musicais de artistas renomados, como Lisa do Blackpink, Tyla e Cher, cuja presença adicionou uma energia extra ao evento. Cher encerrou o desfile com sua clássica “Do You Believe in Life After Love?”, selando o espetáculo com um toque de nostalgi.
O desfile teve aproximadamente 40 minutos de duração e evidenciou uma integração bem-sucedida entre o mundo físico e digital, servindo como exemplo de como as marcas podem fortalecer suas presenças online através de eventos híbridos. A trilha sonora, escolhida para harmonizar com o tema da noite, reforçou a atmosfera vibrante e conectou o público ao conceito do show. Isso demonstrou como a música pode ser um elemento fundamental para influenciar a percepção de um evento, criando um impacto duradouro.
Nomes já consagrados, como Gigi Hadid, abriram o desfile, enquanto modelos brasileiras como Adriana Lima e Isabeli Fontana também marcaram presença, representando o Brasil em grande estilo. A diversidade foi um dos pontos altos da edição, com a presença de modelos de diferentes idades, etnias e tipos de corpo, algo que não havia sido plenamente explorado em edições anteriores.
Entre os destaques, estavam as modelos plus-size Ashley Graham e Paloma Elsesser, além de Kate Moss e Valentina Sampaio, que fez história como a primeira modelo trans a participar do evento. Este marco gerou discussões sobre o quanto a inclusão e a diversidade se tornaram importantes na indústria da moda. No entanto, permanece o questionamento: trata-se de uma tendência passageira ou de um compromisso real das marcas com a inclusão?
O encerramento do desfile ficou por conta de Tyra Banks, uma das primeiras modelos negras a assinar contrato com a Victoria’s Secret, retornando à passarela após 20 anos.
A ausência de Gisele Bündchen, uma das figuras mais emblemáticas dos desfiles anteriores, foi sentida por muitos, gerando especulações sobre os motivos que a mantiveram fora do evento.
O Victoria’s Secret Fashion Show 2024 demonstrou que a marca está disposta a se adaptar às mudanças culturais e sociais, buscando um equilíbrio entre sua tradição e as demandas contemporâneas por inclusão e diversidade.
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