Redes sociais estão banalizando o uso de termos ligados à saúde mental

O uso de termos relacionados à saúde mental está sendo banalizado nas redes sociais, segundo 77% dos brasileiros entrevistados em uma pesquisa recente da plataforma Preply.

Expressões como “tóxico”, “ansiedade” e “gatilho” estão entre as mais disseminadas de forma inadequada, transformando conceitos terapêuticos em frases populares, muitas vezes sem o devido cuidado com seus significados.

Na pesquisa, a Preply ouviu pessoas de diferentes regiões do país, perguntando sobre como se veem emocionalmente e como lidam com suas angústias. O estudo abordou aspectos como a frequência com que compartilham sentimentos e as dificuldades que enfrentam ao se abrir sobre temas ligados à saúde mental.

Embora o debate nas redes sociais tenha ajudado a aumentar a conscientização sobre questões psicológicas, como afirmaram 57,6% dos entrevistados, o estudo também destacou que o uso excessivo e inadequado de termos como “burnout”, “trauma” e “depressão” tem levado à propagação de diagnósticos imprecisos e informações incorretas. Esses riscos incluem a proliferação de conteúdo prejudicial e a normalização de comportamentos problemáticos, mencionados por 33,2% dos participantes.

“Me sinto deprimido!”: Será que estamos banalizando a linguagem da saúde mental?

Com a crescente presença de conteúdos sobre autoconhecimento e terapia na internet, a pesquisa da Preply revelou que muitos brasileiros acreditam que a internet tem tido um papel importante na quebra de tabus sobre saúde mental. Além disso, 37,8% dos entrevistados apontaram que plataformas digitais proporcionam informações acessíveis sobre autocuidado, enquanto 31,2% destacaram a disseminação de conteúdos confiáveis sobre transtornos e tratamentos.

Por outro lado, a fácil disseminação de informações também trouxe consequências negativas. Para 59,2% dos entrevistados, o compartilhamento de materiais errados ou incompletos é o maior risco desse ambiente. Outra preocupação expressa por 43% dos participantes foi o aumento dos autodiagnósticos feitos sem a orientação de profissionais de saúde.

Banalização dos termos relacionados à saúde mental

Um ponto que chamou a atenção foi a percepção de que termos como “tóxico”, “bipolar”, “antissocial” e “deprimido” têm sido usados de maneira superficial. Cerca de 70% dos entrevistados afirmaram que o uso incorreto dessas expressões está esvaziando seus significados originais, associados à psicologia e à saúde mental, ao serem aplicados a situações cotidianas e comportamentos triviais.

Metodologia

O estudo entrevistou 500 brasileiros de todas as regiões do país nas últimas semanas. Os participantes responderam a 10 perguntas relacionadas à saúde mental, autoconhecimento e os efeitos das redes sociais nos debates sobre o tema. A pesquisa gerou rankings que destacam a frequência das respostas dos participantes.

 

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