A hipertensão arterial, ou pressão alta, como é conhecida. é uma doença silenciosa. Não apresenta sintomas ou sinais de alerta, sendo também chamada de assassina silenciosa. Apesar de ser assintomática, não dá para ignorar os seus cuidados, pois ela é a causa mais frequente de doença incapacitante, prejudicando a saúde, o bem estar e a sobrevida das pessoas que sofrem com ela.
Se não tratada, pode causar sérios problemas de saúde, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), e comprometer outros órgãos. A pressão alta é doença crônica e acomete pessoas em todas as fases da vida, principalmente a partir dos 35 a 40 anos. Com a crescente ocorrência da obesidade infantil, também as crianças estão apresentando a elevação da pressão arterial. Portanto, com bons hábitos e tratamento médico, é possível controlar e conviver com ela.
Abaixo, o médico cardiologista Dr. Alberto Francisco Piccolotto Naccarato, da Clínica Naccarato, em Campinas, explica melhor sobre essa patologia e dá orientações sobre como levar uma vida mais saudável.
O que é hipertensão e quais as causas da pressão alta?
AN: Para que o sangue atinja todos os órgãos do nosso corpo, o coração precisa bombeá-lo através dos grandes vasos, artérias, arteríolas e capilares para que o oxigênio possa ser transportado e oxigenar todas as nossas células. Em condições normais, a pressão dentro desses vasos não deve exceder a 140X90 (considerada como pressão máxima tolerada em consultório); porém, tê-la em 130X80 é melhor e nos oferece um menor risco cardiovascular.
Em 95% dos casos de hipertensão, não encontramos sua causa. Ela é uma somatória de fatores como a genética, a idade, o peso, o diabete sacarino, o sedentarismo, o uso abusivo do sal na alimentação, o estresse crônico e o uso crônico abusivo do álcool.
Quais as consequências à saúde quando a pressão não é controlada?
AN: A falta do controle adequado da pressão é a maior causa, em todo o mundo, das doenças cardiovasculares como a angina de peito, o infarto do miocárdio e, como foi dito acima, o acidente vascular cerebral. Caso você use medicação anti-hipertensiva, mesmo que sua pressão não esteja dentro dos níveis ideais, você terá uma “certa proteção” por estar usando um medicamento.
Quais os principais fatores de risco da pressão alta? E o tratamento?
AN: Se tivermos de escolher um único fator de risco para a hipertensão arterial, escolheremos a obesidade, com seus fiéis acompanhamentos, sedentarismo, diabete sacarino e uso abusivo do sal (tanto o sal intrínseco do alimento como o sal adicionado no preparo dos alimentos).
Como prevenir?
AN: Ter hábitos saudáveis: não fumar, ter um peso ideal, não abusar do sal, salgadinhos, enlatados e embutidos; fazer uso de frutas e vegetais frescos, praticar no mínimo meia hora de exercício físico três vezes por semana e, dentro do possível, praticar algum tipo ou técnica de relaxamento.
A hipertensão afeta a saúde mental? P
AN: Estudos recentes demonstram que ter níveis pressórico bem controlados é um fator de proteção das atividades cognitivas.
A pressão alta da mulher e do homem são diferentes?
AN: Provavelmente não, porém, nas mulheres, o uso do anticoncepcional pode propiciar a ocorrência da hipertensão. Além disso, durante a gravidez, a hipertensão é um fator de risco tanto para a mãe, como para o feto.
Quais as recomendações de alerta à hipertensão?
AN: A hipertensão arterial é a maior e mais frequente causa de doença cardiovascular, principalmente após os 35 anos de idade. É importante consultar seu médico se você tem tido dor de cabeça mais frequente e que não tinha antes. Verifique sua pressão arterial pois a dor de cabeça desapareceu após alguns pacientes terem começado a fazer uso de medicamentos anti- hipertensivos. E não abandone seu tratamento sem orientação médica.
Dr. Alberto Francisco Piccolotto Naccarato é cardiologista – CRM 12.166/SP.
Membro da comissão julgadora, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Diretor de Memórias da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), Médico Convidado da Disciplina de Cardiologia do Departamento de Clínica Médica da UNICAMP e Médico credenciado no programa “Médicos de outras praças” da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einsten (Hospital Albert Einsten/SP).
Foi presidente da Comissão Científica do X Congresso S.B.H (2001), vice-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (biênio 2004/2005) e presidente do XVI Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (1995).