Como a música influencia o nosso comportamento

Para além do prazer diário, a música pode influenciar o nosso comportamento. Ritmos animados podem impulsionar os treinos, enquanto melodias calmas podem atenuar desejos.

Robert Veres, fundador da Pomaly App, explica que a música tem o poder de transformar as nossas mentes e elevar os nossos espíritos. “É uma sinfonia que ressoa dentro de nós, moldando as nossas emoções e influenciando as nossas ações”, avalia.

Um estudo publicado na Science Direct sugere que ouvir música pode ser uma alternativa benéfica para pessoas com tendência à alimentação emocional. As conclusões deste estudo, recentemente destacado na revista Appetite, indicam que certos géneros de música podem atenuar hábitos alimentares motivados pela emoção. Estes são os pontos principais onde a música tem um papel significativo na alimentação emocional:

  • As emoções influenciam significativamente a alimentação excessiva, mas a investigação de abordagens práticas para reduzir o consumo excessivo durante estados de espírito negativos – como stress, tristeza, tédio ou ansiedade – é limitada.
  • As pessoas que comem por razões emocionais tendem a optar por alimentos ricos em gordura e açúcar, com pouco valor nutricional, muitas vezes denominados “alimentos de conforto”, que reforçam o seu papel emocional.
  • Tanto a comida como a música provocam respostas neurais semelhantes no cérebro, proporcionando conforto e estabilização do humor. Contudo, recorrer à comida para regular o humor pode levar a um consumo excessivo de alimentos e ao aumento de peso, sem tratar das causas emocionais subjacentes.

Isto também indica que as pessoas que utilizam uma variedade de estratégias para lidar com estados de espírito baixos tendem a ter uma melhor saúde mental global.

Embora a alimentação seja uma das estratégias menos eficazes para lidar com as emoções, ouvir música surge consistentemente como um método positivo e benéfico.

Criando a sua banda sonora

Embora a pesquisa apresente resultados promissores, é importante lembrar que o impacto da música é altamente individual.

O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. A chave está em criar uma lista de reprodução personalizada “para combater desejos” ou “para aumentar a motivação”, com base nas suas preferências e nos objetivos específicos que pretende alcançar.

Robert Veres partilha formas de controlar os seus desejos através da música:

  • Foque-se no ritmo: Opte por músicas animadas e de ritmo acelerado com um ritmo marcado. Estudos sugerem que isto pode ajudar a distrair dos desejos e promover sentimentos de saciedade
  • Escolha letras inspiradoras: Músicas com mensagens positivas e de autoafirmação podem fortalecer a sua determinação para resistir a tentações prejudiciais.
  • Considere o gênero: Certos gêneros, como a música clássica ou eletrônica, podem ser mais eficazes a controlar desejos comparativamente a outros.


Aumentando a motivação para o exercício

Um estudo recente realizado na Universidade de Indiana, investigou a influência da música na experiência de treino dos usuários de academias, comparando os efeitos de músicas escolhidas pelos próprios – onde as pessoas podiam adaptar a música ao seu gosto – com listas de reprodução selecionadas pela academia que se mantinham inalteradas durante as sessões de exercício.

Robert Veres explica três formas como a música escolhida por nós próprios aumenta a motivação para o exercício:

  • Motivação personalizada: Escolha a sua banda sonora para alimentar a sua motivação e mantê-lo empenhado durante os treinos.
  • Melhor desempenho: Sincronize os seus movimentos com o ritmo da sua música, levando a um aumento da resistência e eficiência.
  • Regulação positiva do humor: Selecione músicas animadas para melhorar o seu humor durante o treino e manter as boas vibrações.

Ao compreender o poder da música e adaptar a sua experiência auditiva às suas necessidades específicas, é possível usar esta poderosa ferramenta para alcançar os  objetivos, seja superar desejos ou esforçar-se mais durante um treino, finaliza Robert Veres.