Como deixar de procrastinar?

Procrastinar é universal, e não pense que é só você que evita fazer certas atividades “empurrando com a barriga”.

Entretanto, procrastinar pode nos trazer consequências como acúmulo de trabalho e, uma hora ou outra, vamos ter que trabalhar as emoções e enfrentar os problemas.

Mas por que procrastinamos? Por que deixamos para fazer as coisas depois? Para responder essas e outras dúvidas, ouvimos a especialista em fisiologia e meditadora Debora Garcia, que explicou como o cérebro atua diante de um trabalho que consideramos enfadonho e como podemos evitar a preguiça para realizar tarefas.

“Procrastinar é uma resposta automática e inconsciente a emoções desconfortáveis. Procrastinamos até para fazer coisas bobas, como lavar louça e arrumar a cama, isso porque nosso cérebro entende que é uma coisa chata. Então temos tendência para evitarmos fazer tarefas que não gostamos de fazer no dia-a-dia”, salientou Debora.

Mas, além de adiarmos tarefas simples do cotidiano, também procrastinamos em fazer coisas maiores e mais complexas, que nos exigem mais atenção, como marcar uma consulta, pagar uma conta e até mesmo plenaejar a nossa aposentadoria. Nesses casos, a fisiologista pondera que mesmo adiando, não vamos conseguir fugir das responsabilidades.

“O nosso cérebro gosta de sentir prazer, então procrastinamos porque é prazeroso. Quando temos que resolver coisas burocráticas, como por exemplo documentos, isso pode ser monótono ou até complicado para algumas pessoas, principalmente nesse momento que temos que resolver pela internet e lidar com os erros de páginas. É desgastante, trabalhoso, mas não conseguimos fugir, sobretudo se tratando da nossa saúde, vamos ter que enfrentar”, ponderou.

A consequência de se procrastinar nos estudos e no trabalho é ainda maior. Quando temos a mania de “deixar para  amanhã o que precisamos fazer hoje”, obrigações que podem ser simples de serem resolvidas, acabamos acumulando e, geralmente, nos damos conta quando temos alguns tipos de prejuízo.

Nesses dois ambientes, Debora frisa que, além dos profissionais e estudantes procrastinarem, também existe o medo de não saberem superar os desafios e os medos de quais resultados aquilo pode gerar. “O medo de fracassar, de não se sair bem, está ligado à procrastinação. Se o profissional ou o estudante não se sentir seguro naquilo que for realizar, então protela, deixando para enfrentar a tarefa em outro momento. Ao voltar para o mesmo ponto, de resolver o assunto, ele pode fugir de novo e assim sucessivamente”, frisou a especialista.

Entretanto, diferenciando ambos, ela aponta que no campo profissional ter essa atitude pode ser mais prejudicial. “Cabe para o profissional que, por exemplo, já não aguenta mais o trabalho, mas a segurança que o serviço lhe oferece, lhe faz procrastinar sua saída, assim trabalhando de maneira infeliz. Também vale para o empregado inseguro, mesmo que seja convidado para montar uma apresentação que lhe custe uma ascensão de cargo, ele vai dar um jeito de evitar, o que pode prendê-lo em uma situação de insatisfação por muito tempo”, finalizou.

Felizmente, é possível vencer esse mal com organização e trabalho emocional. Para isso, Debora compartilha quatro pilares cruciais para driblar a procrastinação:

Organize seu tempo: crie uma agenda ou faça uma lista com todas as tarefas do dia e cada uma feita, dê um “ok” na frente da atividade. Ao final do dia, com tudo feito, você se sentirá melhor.

Tenha habilidade emocional: entenda que as coisas precisam ser feitas mesmo que lhe gere desconforto. Além de identificar as tarefas do dia, é preciso conseguir lidar com as emoções.

Auto-observação: tente identificar em quais setores da vida você procrastina mais. Sabendo delas, fica fácil reverter o problema.

Evite ser perfeccionista: seja mais tolerante consigo mesmo. Encontre formas para fazer as coisas acontecerem e deixe de se auto julgar, cobrar.