Chef estrelado

Integrante da seleta lista de chefs brasileiros contemplados com a estrela Michelin, o manauara, Marcelo Ballardin, coleciona passagens por grandes restaurantes do mundo. O tradicional 1 Lombard Street de Londres e o badalado Geranium, em Copenhague, são alguns dos estabelecimentos pelos quais o chef passou no início da sua carreira, não apenas deixando sua marca mas também formando a identidade daquele que, poucos anos mas tarde, ganharia status entre os melhores restaurantes da Europa: o OAK Gent, localizado na Bélgica onde mora há mais de 10 anos.

Fundado por Ballardin, em 2015, na cidade de Gent, o OAK é a concretização de um desejo antigo do brasileiro: oferecer experiências marcantes por meio dos aromas e sabores do seu menu de cozinha moderna. “Somos um restaurante pequeno, trabalhamos com uma equipe reduzida. A julgar ‘pela capa’, nos assemelhamos a muitos restaurantes da Europa. Mas a forma como apresentamos cada prato do menu degustação e a dedicação que investimos nas combinações de cada ingrediente, eu garanto: ninguém vai encontrar igual no mundo”, brinca Ballardin, que logo no começo de sua carreira como chef recebeu o título de melhor jovem chef de cozinha da Bélgica.

Seja pela sofisticação despojada, ou pela originalidade do menu, o OAK figura na lista de estabelecimentos estrelados pelo prêmio Michelin. Reconhecimento recebido em 2017, que também elevou Ballardin ao “tapete vermelho” dos chefs de cozinha da Europa.

Compondo o elenco de programas de televisão internacionais – como o Battle Korea, onde ficou em primeiro lugar em 2018 – Ballardin é considerado um dos principais chefs de cozinha da atualidade. Hoje comanda programas semelhantes na Bélgica e é constantemente convidado para participar de reality shows na Europa e na Ásia. Agora, o restaurante almeja conquistar a segunda estrela Michelin.

Tanto reconhecimento não veio sem esforço e tampouco foi previsível para o jovem brasileiro que, aos 29 anos e ainda estudante de biologia, mudava-se dos Estados Unidos onde morava com a família, rumo a Londres em 2009. O plano? Cursar a escola Le Cordon Bleu, a melhor escola do mundo de culinária clássica francesa e, talvez, ingressar no universo da gastronomia. “Abrir um restaurante nunca foi minha intenção, mas quando comecei a cozinhar e viver a realidade dos grandes restaurantes, entendi que aquele seria o meu caminho”, revela Ballardin.

Premiado e reconhecido internacionalmente, anos mais tarde, o jovem chef não imaginaria que seu restaurante também viria a entrar para a lista “50 Best Discovery” em 2019. Em 2020, figura na prestigiada lista “OAD List R”, entre os melhores restaurantes da Europa.

Reputação internacional, crédito entre os maiores profissionais do mundo, notoriedade no mercado da gastronomia e a difícil escolha de fazer a vida longe da pátria. Nada disso foi suficiente para fazer com que Ballardin abandonasse as raízes brasileiras. “Tenho orgulho de onde vim e de dizer que sou brasileiro. Acredito que o sucesso do OAK foi trazer o espírito brasileiro para nossa equipe. Quando quero surpreender com uma ideia diferente, os primeiros ingredientes de que me lembro são o tucumã, a pupunha, o cupuaçu. Frutos do Norte do país, que é a terra da qual me orgulho e de onde vem essa gente que, como eu, corre atrás, faz acontecer e não espera de braços cruzados para realizar o que deseja”, finaliza.

Além do OAK Gent, Marcelo também é sócio do restaurante DOOR 73, com uma proposta diferenciada, familiar e à la carte.

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