A Campinas Decor e a Unicamp promoveram na manhã dessa segunda-feira, 22 de fevereiro, a solenidade de entrega das obras de infraestrutura do prédio do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas) em virtude do convênio de permissão de uso firmado entre a organização da mostra de arquitetura, decoração e paisagismo e a universidade para a realização da edição de 25 anos do evento no imóvel histórico localizado na Rua Culto à Ciência.
Pelo calendário oficial, a 25ª edição da mostra de arquitetura, decoração e paisagismo teria sido realizada nos meses de maio e junho de 2020, mas em função da pandemia a data está suspensa e será definida somente quando o momento for considerado seguro. Campinas Decor e Unicamp reforçam o compromisso de realização do evento e a intenção de que o mesmo ocorra ainda em 2021.
A Campinas Decor 25 anos contará com cerca de 60 ambientes internos e externos preparados por renomados profissionais do setor na cidade e região, exibindo as tendências e o que há de mais moderno em artigos para decoração, revestimentos, mobiliário, luminotécnica, automação residencial e tudo o que envolve esse universo. O público poderá conferir diversas salas, suítes, apartamentos, lofts, banheiros e terraços, além de jardins e espaços comerciais e de uso dos visitantes, seguindo todos os protocolos definidos pelas autoridades de saúde.
As características do imóvel, como o pé direito alto e os grandes espaços, fazem com que o imóvel seja o cenário perfeito para os profissionais soltarem a criatividade e mostrarem seus estilos para os visitantes. A finalização dos ambientes para a exposição ao público será realizada somente quando essa data estiver definida, mas as obras estruturais do prédio já foram efetuadas, assim como boa parte dos trabalhos de preparação dos espaços.
Graças ao convênio firmado entre Campinas Decor e Unicamp, o imóvel com área total de quase 7 mil metros quadrados foi reformado e modernizado para que as atividades estudantis possam retornar ao local após o término da mostra. No total, estima-se um investimento de R$ 12 milhões na recuperação do prédio e preparação da mostra, cotizados entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores.
O telhado, que era uma dos principais problemas estruturais que levaram ao fechamento do prédio em 2014, foi refeito, com a manutenção apenas das vigas originais e a troca das ripas e telhas e instalação de painel e manta para ampliar o conforto térmico.
A parte elétrica foi inteiramente remodelada, com a troca da fiação e construção de uma nova cabine para ampliar a capacidade de energia fornecida e atender à demanda dos laboratórios do colégio.
Considerando as demandas para o funcionamento do colégio também foram construídos novos banheiros, além da realização de obras para adequação da cozinha e da área de alimentação.
A questão da acessibilidade recebeu atenção especial, com a instalação de um elevador panorâmico ligando os dois andares do prédio principal e a construção de diversas rampas de acesso em toda a área.
Destaque também para a recuperação da fachada do prédio, que teve as camadas antigas de tinta retiradas e foi repintada com uma cor similar à usada anteriormente, e ao amplo trabalho de recuperação de todas as portas e janelas, que são uma atração à parte quando se fala da beleza do prédio. O trabalho envolveu ainda a recuperação de todos os pisos e revestimentos.
Além da organização e dos arquitetos, decoradores e paisagistas que participam do evento como expositores, o trabalho de conservação do prédio e preparação da mostra envolveu um verdadeiro exército de profissionais, como pedreiros, pintores, marceneiros e eletricistas. Devido aos cuidados com a pandemia, os processos foram readequados para garantir a segurança de todos, com a adoção de protocolos com a limitação do número de pessoas presentes em cada ambiente, higienização reforçada e disponibilização de álcool gel para os trabalhadores, entre outros.
Patrimônio histórico
Construído no início do Século 20, o complexo do Edifício “Bento Quirino” foi cedido pela Secretaria de Educação para uso da Unicamp e abrigou o Colégio Técnico de Campinas de 1967 a 2014. Trata-se uma grandiosa construção tombada pelo Patrimônio Histórico, de orientação eclética de tendência neoclássica, projetada pelo engenheiro‑arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851‑1928), considerado responsável pela introdução de novos conceitos para a organização da arquitetura escolar à luz dos ideais de ensino republicanos.
O Cotuca vem funcionando em imóvel alugado no bairro Taquaral desde agosto de 2014, devido à interdição em fevereiro do mesmo ano do prédio doado pelo abolicionista Bento Quirino dos Santos, com breve interim das atividades no campus da Unicamp em Barão Geraldo.