Apesar de ser mais comum no inverno e em climas frios, a dor de garganta pode ter várias causas. Justamente por isso, a recomendação médica é evitar a automedicação e o uso de “soluções caseiras”, que podem agravar o quadro ou gerar uma melhora momentânea e esconder o real motivo da dor.
De acordo com o otorrinolaringologista Arnaldo Tamiso, a dor de garganta pode ser causada por infecções geradas por vírus e bactérias, doenças autoimunes, câncer e até problemas de estômago e nariz.
No entanto, ele explica que até mesmo um cenário de boca seca ao longo do dia pode gerar incômodo na região. Nesse caso, o mais importante é notar a intensidade da dor e a frequência com que ocorre.
“A garganta é uma região que só trabalha bem úmida. Caso haja ressecamento por falta de hidratação ou alguma doença, podemos ter inflamações da mucosa, dores e sensações de inchaço ao engolir”, explica o médico, que também ressalta a importância de tomar água com frequência ao longo do dia.
“No caso de sensação de boca seca constante, precisamos buscar a causa, pois temos a condição de xerostomia (boca anormalmente seca). Ronco e respiração pela boca frequentemente causam o mesmo sintoma, e os pacientes se queixam de dor e ardência principalmente ao acordar”, completa.
O médico ressalta que a maior ocorrência de dores de garganta ocorre no frio, não necessariamente devido à temperatura, mas porque as infecções virais e bacterianas são mais comuns por conta da aglomeração e transmissão em locais fechados, com menor ventilação natural.
“Pessoas que têm tendência a sofrer com dores de garganta (amigdalites/faringites), no entanto, podem ter crises em qualquer época do ano. As crianças, por exemplo, possuem maior índice de infecções no retorno às aulas”, completa o especialista.
Nesse sentido, é muito importante que as pessoas busquem auxílio médico, principalmente se percebem que a dor na garganta tem sido mais frequente e mais intensa. Além disso, a automedicação deve ser evitada, bem como o uso de “soluções caseiras”, já que isso pode agravar o quadro, irritar ainda mais a mucosa da garganta e dificultar um correto diagnóstico e tratamento.
Além disso, é preciso seguir estritamente o tratamento médico, sem interrompê-lo e, principalmente, sem associá-lo a outros medicamentos por conta própria.