O inquérito da PF e o Presidente Bolsonaro

Bolsonaro não obedeceu e não deveria mesmo ceder ao Xandão do PCC, em respeito ao cargo para o qual foi eleito.

Todavia, após a negativa ao recurso de agravo interno que intentou – monocrática ainda a decisão, a ser elevada ao plenário – deveria e deve, no meu sentir, mandar uma declaração escrita, por meio da AGU, a ser arrostada ao inquérito em curso na Polícia Federal, simplesmente para dizer o que todos sabem, que não havia sigilo naquela informação sobre a invasão de hacker ao sistema do TSE, haja vista para que tal fato fora, antes, tornado público, acostando, inclusive, a prova dessa verdade.

Com tal proceder, o Presidente Bolsonaro, além de colocar fim à perlenga instalada, dará ao Plenário do STF a saída honrosa para dizer que o recurso interno perdeu o objeto, superada a ordem singular do Xandão do PCC pelos esclarecimentos escritos já prestados pelo “investigado”, detentor, em razão do cargo, dessa prerrogativa, conforme orientação do STF.

Aderbal da Cunha Bergo é advogado, professor  de Direito Civil e ex-presidente da OAB/Campinas