Cuidados com pets no inverno

É importante saber cuidar dos pets no inverno, para evitar as doenças mais comuns dessa época do ano.

Com a queda das temperaturas, somos obrigados a tirar os casacos e cobertores dos armários e buscamos fortalecer a imunidade para evitar resfriados e gripes, suplementamos vitaminas e redobramos os cuidados para enfrentar o inverno.

Mas e os pets? Será que eles também precisam de cuidados especiais na estação mais fria do ano? A professora e coordenadora do curso de medicina veterinária do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden, Luciana Bonato de Camargo, explica que sim: “Os dias mais curtos, a menor quantidade de luz natural e as temperaturas mais baixas provocam mudanças fisiológicas em todos os animais, por isso, eles precisam de alguns cuidados especiais para minimizar o sofrimento que essas mudanças podem causar”, afirma.

Algumas dicas simples podem ajudar donos de pets a ficarem atentos a sinais que denotam se a baixa temperatura está causando incômodo nos bichinhos. Muitos não sabem, mas cães e gatos demonstram que estão sentindo frio de forma diferente: cães podem tremer, ficar inquietos, deitar “enroladinhos” ou até procurar um canto fechado para se esconder na tentativa de aumentar a temperatura interna do corpo. Já os gatos não tremem, por isso costumam se esconder para se aquecer, como por exemplo embaixo da cama ou tocas. Se ao tocar as extremidades das orelhas e das patas você notar que elas estão frias, o recomendado é aquecer o animal. O uso de roupas pode para ajudar a manter a temperatura corporal dos pets no inverno, desde que sejam confortáveis e não comprometam a mobilidade. “Nos dias frios, a dica é sempre manter um local limpo, quente e confortável, e quando o tempo estiver muito seco, usar umidificadores, bacia de água ou toalha molhada no chão”, ensina a veterinária. E na hora de passear, lembre-se de evitar os horários mais frios.

O local onde o pet dorme também merece cuidados redobrados durante o inverno. Para os que dormem fora de casa, a dica é deixar a caminha ou casinha num local que não sofra a interferência de correntes de vento e que sejam usados isolantes térmicos dentro da casinha, como jornais, e cobertores por cima dela. Para os que dormem dentro de casa, uma cama quentinha e uma coberta são suficientes.

Quando o assunto é higiene, os cuidados dos pets no inverno reforçam um ponto importante: o banho não é o único cuidado de higiene necessário com os bichos de estimação. Igualmente importante é a troca de cobertas, limpar a casinha e manter os potes de comida e água sempre higienizados. “Os banhos devem ser mantidos, preferencialmente em horários mais quentes do dia. Para os animais que tomam banho em casa, o uso do secador de cabelo a uma distância segura é uma boa saída para os dias mais gelados”, reforça Luciana.

E por fim, a alimentação dos pets no inverno também pede atenção especial. Não é necessário e nem indicado aumentar a quantidade de comida no inverno para evitar sobrepeso. Para a professora e veterinária, o que realmente importa é aumentar a hidratação: “Oferecer ração úmida e trocar mais vezes a água é uma boa alternativa para os meses mais frios. Usar uma ração super premium também é indicado pois ela oferece aminoácidos, minerais e gordura de alta qualidade, o que ajuda a manter a pele mais saudável e a evitar o ressecamento”.

Alerta vermelho para as doenças típicas do invern

Assim como nós, humanos, os pets também sofrem com doenças respiratórias típicas do inverno. Sintomas como tosse, espirro, secreção nasal ou ocular, perda de apetite ou desânimo podem apontar doenças que precisam ser checadas, diagnosticadas e tratadas pelo médico veterinário. Uma delas é a Traqueobronquite Infecciosa canina ou Tosse dos Canis, que pode ser transmitida por bactéria ou por vírus entre cães que têm um contato direto. No caso dos gatos, uma doença comum dos meses mais frios é a Rinotraqueíte, ou Gripe Felina, que também traz estas mesmas secreções nasais e oculares e é transmitida entre gatos através do contato direto.

Os animais mais idosos que já apresentam artrite ou artrose, os animais obesos ou os animais que já tiveram alguma fratura podem sofrer com dores articulares no inverno. A dica para este grupo é manter a atividade física moderada e reduzir o impacto das atividades diárias, colocando à disposição do animal, por exemplo, tapetes antiderrapantes e escadinha para subir e descer de camas e sofás.

“É importante lembrar que a vacinação precisa ser mantida sempre em dia, a alimentação deve ser saudável o ano todo e os pets idosos e filhotes são mais frágeis e suscetíveis aos males do frio. Essas faixas etárias precisam de um olhar ainda mais atento”, ressalta a veterinária.

Outras espécies, diferentes cuidados

Os cuidados especiais para os meses de inverno não se limitam apenas aos cães e gatos. Quem tem outros tipos de bichinhos também precisa estar atento aos impactos das baixas temperaturas.

Para quem tem roedores, o ponto de atenção para os meses mais gelados são as correntes de vento, já que eles são bem sensíveis ao frio. A dica é deixar a gaiola em local fechado, forrada com papelão picado e serragem para formar um isolante térmico.

Já para quem tem aves, é importante reforçar que as penas não são fonte de calor, mas sim um isolante térmico. Quando estão com frio, as aves eriçam as penas por um longo período e ficam em um canto da gaiola. A dica é manter a gaiola em local sem corrente de ar, em local fechado ou até coberta se o frio estiver intenso. Luzes de cerâmica podem ser utilizadas para esquentar sem tirar a umidade do ar.

Os répteis também precisam de cuidados específicos para o inverno. O terrário permite controlar as condições de temperatura, iluminação e umidade por meio de aquecedor com termostato. Se a temperatura estiver incorreta, esses animais podem sofrer até com a diminuição do metabolismo. A umidade também precisa estar adequada à estação: seu excesso pode contribuir para proliferação de fungos e bactérias na pele e sua falta pode levar ao ressecamento e desidratação. “A exposição ao sol é outro fator importante quando falamos dos répteis, pois a luz ultravioleta é responsável pela produção de vitamina D, que é essencial para a absorção de cálcio”, explica Luciana.

Para quem tem peixes, os cuidados no inverno são mais simples. Basta manter a higienização do aquário e alimentação adequada já feita ao longo do ano, lembrando sempre de ter um termômetro disponível para controlar a temperatura da água.

“Cada espécie demanda cuidados específicos, por isso sempre busque o médico veterinário para orientações”, finaliza Luciana.

 

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