Você já ouviu falar em espiral do silêncio?

O termo foi proposto com o objetivo de explicar a razão pela qual as pessoas permanecem silenciosas, sem omitir sua opinião quando conflitantes com a opinião dominante, devido ao medo do isolamento, da crítica ou da zombaria.

A teoria começou a ser estudada na década de 60, com base nas pesquisas sobre efeitos dos meios de comunicação em massa sobre a população. Ela se baseia em três premissas:

1. As pessoas têm uma intuição que lhes permite saber qual a tendência da opinião pública

2. As pessoas têm medo de serem isoladas socialmente e, sabendo qual o tipo de comportamento poderá contribuir para esse isolamento social, tendem a evitá-lo

3. As pessoas apresentam medo em expressar as suas opiniões minoritárias, por terem receio de sofrer o isolamento

Quanto mais uma pessoa acredita que a sua opinião sobre um determinado assunto está próxima da opinião pública julgada majoritária, maior probabilidade que essa pessoa expresse a sua opinião em público.

Mas se a opinião pública mudar, essa pessoa reconhecerá que a sua opinião não coincide já com a opinião da maioria e terá menos vontade de expressá-la publicamente.

Ocorre que, à medida que a distância entre a opinião dessa pessoa e a opinião pública aumenta, aumenta também a probabilidade de essa pessoa se calar e de se autocensurar.

Os meios de comunicação de massa são um fator essencial no estabelecimento da “espiral do silêncio”, na medida em que formatam a opinião pública.

O resultado é um processo em espiral que incita os indivíduos a perceberem as mudanças de opinião e a segui-las até que uma opinião se estabeleça como atitude prevalecente, enquanto as outras opiniões são rejeitadas ou evitadas por quase todos.

Como existe um isolamento dos indivíduos no silêncio, quando estes têm opiniões diferentes das veiculadas pela mídia, a teoria ajuda a entender como a mídia funciona em relação a silenciar suas ideias.

Qual a sua opinião a respeito?

Isabelle Sabbatini é advogada, curadora e produtora de conteúdo da Absoluta

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